Entre as práticas de cuidado íntimo que atravessam gerações, algumas soluções parecem alternar entre o esquecimento e o resgate. O ácido bórico, por exemplo, carrega uma história longa no cenário da saúde íntima, especialmente em formas farmacêuticas como os óvulos vaginais.
Não se trata de uma substância nova, tampouco de uma solução mágica. O ácido bórico, um composto derivado do boro, sempre foi conhecido por suas propriedades antissépticas e antifúngicas. Por isso, em contextos muito específicos sempre sob recomendação médica , ele encontra espaço na rotina de algumas mulheres, principalmente naquelas situações em que infecções vaginais recorrentes, como candidíase de repetição, desafiam as abordagens convencionais.
O formato em óvulo tem uma função prática: permite que o ácido bórico atue diretamente na mucosa vaginal, exercendo sua ação onde é necessário. Ele altera o pH local, criando um ambiente menos favorável ao crescimento de fungos como a Candida albicans.
Mas, apesar de sua eficácia em certos casos, o ácido bórico não é isento de controvérsias ou de cuidados. Seu uso não é indicado para qualquer desconforto vaginal ou como parte de uma rotina de higiene sem indicação precisa. Afinal, a flora vaginal é um ecossistema delicado, capaz de se autorregular na maioria das situações. Mexer nesse equilíbrio sem necessidade pode trazer mais malefícios do que benefícios.
Por isso, embora o ácido bórico em óvulo seja, para algumas mulheres, uma ferramenta importante no enfrentamento de infecções difíceis, seu uso requer orientação adequada. Mais do que um simples produto de higiene, ele é um recurso terapêutico e merece ser tratado como tal.
